domingo, 29 de março de 2009

Pet Shop Boys - Love Etc [2009]

Os Ingleses Pet Shop Boys (Neil Francis e Christopher Sean Lowe) no seu melhor.Ouvir para crer!



You need more You need more You need more You need more You need more You need more You need more You need more You need more

Boy it's tough getting on in the world
When the sun doesn't shine and a boy needs a girl
It’s about getting out of a rut, you need luck
But you’re stuck and you don’t know how, oh

(Don't have to be) A big bucks Hollywood star
(Don't have to drive) A super car to get far
(Don't have to live) A life of power and wealth
(Don't have to be) Beautiful but it helps
(Don’t have to buy) A house in Beverly Hills
(Don’t have to have) Your daddy paying the bills
(Don’t have to live) A life of power and wealth
(Don't have to be) Beautiful but it helps

You need more
Than a big blank check to be a lover, or
A Gulfstream jet to fly you door to door
Somewhere chic on another shore

You need more You need more You need more
You need more You need more You need more
You need love
You need love
You need love

Too much of anything
Is never enough
Too much of everything
Is never enough
Boy it's tough getting on in the world
When the sun doesn't shine and a boy needs a girl
It’s about getting out of a rut, you need luck
But you’re stuck and you don’t know how, oh

(Don't have to be) A big bucks Hollywood star
(Don't have to drive) A super car to get far
(Don't have to wear) A smile much colder than ice
(Don't have to be) Beautiful but it’s nice

You need more
Than the Gerhard Richter hangin’ on your wall
A chauffeur-driven limousine on call
To drive your wife and lover to a white tie ball
You need more You need more You need more
You need more You need more You need more
You need love
I believe that we can achieve
The love that we needI believe, call me naïve
Love is for free

(Don't have to be) A big bucks Hollywood star
(Don't have to drive) A super car to get far
(Don’t have to live) A life of power and wealth
(Don't have to be)
Beautiful but it helps
Beautiful but it helps
Beautiful but it helps

sábado, 28 de março de 2009

José Afonso (1929 - 1987)




José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos
, filho de um juiz e de uma professora primária, nasceu, em Aveiro, em 2 de Agosto de 1929, tendo passado os primeiros anos de vida entre a terra natal, Angola e Moçambique. "Bicho-cantor" foi a alcunha que lhe deram no liceu, por cantar serenatas durante as praxes. Nesta altura conhece a vida boémia e os fados tradicionais de Coimbra. Entre 1946 e 1948, enquanto terminou o liceu, conheceu a costureira Maria Amália de Oliveira, com quem casou às escondidas, devido à oposição dos pais. Quando, em 1949, ingressou no curso de Ciências Histórico Filosóficas, da Faculdade de Letras, revisitou Angola e Moçambique, integrado numa comitiva do Orfeão Académico da Universidade de Coimbra. Em 1953, nasceu o primeiro filho, José Manuel, e, enquanto dava explicações e fazia revisões no "Diário de Coimbra", viu os primeiros discos serem editados. O Emissor Regional de Coimbra, da Emissora Nacional, foi o local escolhido para a gravação dos dois discos, de 78 rotações, com faixas de fados de Coimbra. "Fados de Coimbra" é o título do primeiro EP, editado em 1956. Nos finais dos anos 50, princípios de 60, começou a frequentar colectividades e a cantar, com regularidade, em festas populares. Em 1963, concluiu o curso, com uma tese sobre Jean-Paul Sartre e a nota de 11 valores. A senha para o início da Revolução de Abril, "Grândola Vila Morena", nasceu após Zeca Afonso se ter inspirado numa actuação na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, em Maio de 1964. O único disco editado pela Valentim de Carvalho, "Cantares de José Afonso", é desse ano, altura em que regressou a Moçambique, onde viveu e leccionou durante três anos. O regresso a Portugal deveu-se à oposição José Afonso ao sistema colonial . O destino, desta vez, foi Setúbal, onde foi colocado como professor, tendo sofrido uma grave crise de saúde que o forçou ao internamento hospitalar durante vinte dias. Quando recuperou, ficou a saber que tinha sido expulso do ensino oficial, passando a viver de explicações que dava. O PCP chegou a convidá-lo, por esta altura, a entrar para o partido, mas José Afonso recusou alegando a sua condição de classe. O álbum "Contos Velhos Rumos Novos" e o single "Menina dos Olhos Tristes", que contem a canção popular "Canta Camarada" , são editados em 1969. Seguem-se "Traz Outro Amigo Também", em 1970, gravado em Londres, "Cantigas do Maio", em 1971, gravado em Paris, e, no ano seguinte, "Eu Vou Ser Como a Toupeira", editado em Madrid. Em Abril de 1973, foi preso, passando vinte dias em Caxias, e no Natal desse ano gravou, em Paris, "Venham Mais Cinco", com a colaboração musical de José Mário Branco, então exilado na capital francesa. Muitas outras canções, espectáculos e prémios surgiram nos anos posteriores à revolução e, em 1982, os primeiros sintomas da doença que lhe causou a morte, uma esclerose lateral amiotrófica, começaram a manifestar-se. No último álbum, "Galinhas do Mato", editado em 1985, Zeca Afonso já não conseguiu cantar todos os temas, sendo substituído por muitos cantores portugueses, como Luís Represas e Janita Salomé. Dois anos mais tarde, no dia 23 de Fevereiro, às 3:00 h, José Afonso morreu, no Hospital de S. Bernardo, em Setúbal.




quinta-feira, 26 de março de 2009

À Tout le Monde

Don't remember where I was/I realized life was a game/The more seriously I took things/The harder the rules became/I had no idea what it'd cost/My life passed before my eyes/I found out how little I accomplished/All my plans denied/So as you read this know my friends/I'd love to stay with you all/Please smile when you think of me/My body's gone that's all/A tout le monde/A tout les amis/Je vous aime/Je dois partir/There are the last words I'll ever speak/And theyll set me free/If my heart was still alive/I know it would surely break/And my memories left with you/Theres nothing more to say/Moving on is a simple thing/What it leaves behind is hard/You know the sleeping feel no more pain/And the living are scarred /A tout le monde /A tout mes amis /Je vous aime /Je dois partir /These are the last words/I'll ever speak/And they'll set me free/So as you read Know my friends/I'd love to stay with you all/Please smile, Smile when you think about me/My body's gone /That's all/A tout le monde /A tout mes amis /Je vous aime /Je dois partir /These are the last words/I'll ever speak/And they'll set me free.






"It's not a suicide song. What it is, it's, you, it's when people have a loved one that dies and they end on a bad note, you know, they wish that they could say something to them. So this is an opportunity for the deceased to say something before they go. And it was my impression of what I would like to say to people, if I had say, 3 seconds to do so in life before I died I'd say to the entire world, to all my friends, I love you all, and now I must go. These are the last words I'll ever speak, and they'll set me free. I don't need to say I'm sorry, I don't have to say I'm going to miss you, or I'll wait for ya. You know, I'll just say I loved you all, good, bad and different, I loved you all."

David Mustaine (1994)

sábado, 21 de março de 2009

Shortest day



"Oh, can't anybody see,
We've got a war to fight,
Never found our way,
Regardless of what they say.

How can it feel, this wrong, From this moment, How can it feel, this wrong."


Portishead - Roads.mp3


Diego Armando MARADONA







y todo el pueblo cantó:"Maradó, Maradó", la 12 fue quien coreó "Maradó,Maradó". Su sueño tenía una estrella llena de gol y gambetas... y todo el pueblo cantó: "Maradó,Maradó", nació la mano de Dios, "Maradó, Maradó". Sembró alegría en el pueblo, regó de gloria este suelo..


Olé, olé, olé, olé,Diego, Diego....Olé, olé, olé, olé,Diego, Diego...Olé, olé, olé, olé,Diego, Diego...Olé, olé, olé, olé,Diego, Diego...Olé, olé, olé, olé,Diego, Diego...Olé, olé, olé, olé,Diego, Diego...


sexta-feira, 20 de março de 2009

Dia do MEU Pai

"É filho do meu pai e da minha mãe, mas não é meu irmão nem minha irmã. Quem é?"
Sou eu mesmo Pai.
No mais fundo de ti, eu sei que traí, pai!
Tudo porque já não sou o retrato adormecido no fundo dos teus olhos!
Tudo porque tu ignoras que há leitos onde o frio não se demora e noites rumorosas de águas matinais!
Por isso, às vezes, as palavras que te digo são duras, pai, e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas que apertava junto ao coração no retrato da moldura!
Se soubesses como ainda amo as rosas, talvez não enchesses as horas de pesadelos...
Mas tu esqueceste muita coisa! Esqueceste que as minhas pernas cresceram, que todo o meu corpo cresceu, e até o meu coração ficou enorme, pai!
Olha - queres ouvir-me? -, às vezes ainda sou o menino que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração rosas tão brancas como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz: "Era uma vez uma princesa no meio de um laranjal..."
Mas - tu sabes! - a noite é enorme e todo o meu corpo cresceu...
Eu saí da moldura, dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, pai. Guardo a tua voz dentro de mim. E deixo-te as rosas...
P.S. : O meu Pai é fã dos Pink Floyd! (Aliás o filho dele também - dois em um. Ou melhor, útil ao agradável. Directamente proporcional. Isotrópico.)


Pink Floyd - Comfortably Numb

quinta-feira, 19 de março de 2009

Há coisas fantásticas, não há?


Uma misteriosa placa colocada junto ao cais de Miranda do Douro deu origem a uma notícia em Espanha sobre a existência de crocodilos no Rio Douro, motivo de espanto geral no lado português.
"Portugal proibiu os banho no Rio Douro perante o grave perigo de ataque de crocodilos" assim começa a notícia do jornal espanhol "La Opinion" de Zamora que surpreendeu as autoridades portuguesas, inclusive aquelas que aponta como as protagonistas da inusitada histórica.
"Nós não temos rigorosamente nada a ver com isso", sublinhou à Lusa o vice-presidente da Câmara de Miranda do Douro, Américo Tomé, que ainda não conseguiu encontrar uma explicação para o caso.
O autarca diz que já foi enviado um desmentido para o jornal espanhol que escreve que foi a Câmara que mandou colocar, nas arribas do Douro e junto ao cais, a placa que está na origem da história do periódico zamorano sobre os crocodilos.
O sinal em causa foi colocado no embarcadouro para o cruzeiro ambiental de Miranda do Douro bem visível a quem se dirige para o barco, com um fundo amarelo em que sobressai a figura de um crocodilo. Em volta do animal duas frases em inglês: "Danger Crocodiles / No Swimming" (Perigo Crocodilos/Não nadar).
Tanto a Câmara de Miranda do Douro como o Parque Natural do Douro Internacional desconhecem a existência de qualquer placa.
O vice-presidente da autarquia local disse à Lusa que o Município vai hoje averiguar o assunto mas está convencido de que o autor do misterioso sinal será o proprietário do cruzeiro ambiental, um empresário espanhol.
O espaço onde foi colocado é de acesso restrito pelo que, se se confirmar que é de sua autoria, o vice-presidente da autarquia considera que "não é nada cordial que se coloque ali uma coisa dessas".
"Ainda para mais em inglês, quando os clientes são sobretudo espanhóis", sem esquecer que se está na terra da segunda língua oficial de Portugal, o mirandês.


(...)


"Eilhes andan por ende...I quantos son? (eles andam por onde... e quantos são?)
P.S. : A foto foi tirada no Douro Internacional, no lado Português, é no fundo a prova de que existem crocodilos! Mas alguém perfeitamente consciente ainda estava céptico? :)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Piolho



Somos feitos de memória. E talvez, quem sabe?, de sonho. Mas também os nossos sonhos são provavelmente memória, pois que a imaginação é, como observa Borges, uma espécie de arte combinatória da memória, e os sonhos de futuro construímo-los sobre os desejos e os medos do passado. Por isso os políticos sem passado (como diria o futeboleiro Octávio Machado, vocês sabem do que estou a falar) tão ansiosamente procuram, seja evocando acontecimentos que não viveram seja citando livros que não leram, inventar para si alguma forma de passado.
Pelo Café Piolho, agora centenário, passou, pulsante de sonhos, grande parte da geração responsável pelo nosso sujo e mesquinho presente, e pergunto-me muitas vezes como foi possível que tantos se tenham entretanto transformado naquilo que combatiam. No próximo sábado 20 de Março, pelas 17 horas, está marcada para o Piolho uma tertúlia sobre as lutas estudantis, de que o lugar foi, nos anos 60, um semovente quartel. Será um encontro melancólico, povoado de fantasmas, pois se o Piolho é, para muitos, memória de fidelidade a si mesmos, para outros é o emblema da traição.


Longe vão os tempos em que os oponentes ao fascismo se reuniam no Piolho, café onde se discutiam ideias e realizavam tertúlias nas noites do Porto. Local associado aos estudantes universitários, tem como característica fundamental a clientela diversificada e o ambiente informal: ao lado do professor pode estar um aluno, junto ao advogado ou arquitecto o desempregado, a freira que aparece à tarde apanha com o fumo do cigarro do "mitra". Âncora D'Ouro, nome original do espaço, adulterado pelos estudantes durante os anos 50 que, diz-se, chamavam "piolhice" aos docentes universitários que também frequentavam o café.

domingo, 15 de março de 2009

Fernando Couto


Força. Talento. Carisma. Raça. Personalidade. Integridade. Coragem. Humildade. Dedicação.


Fernando Couto, 39 anos, encerrou o seu percurso profissional no Parma, em Itália, iniciou-se no FC Porto em 1987/88 e representou nas duas épocas seguintes o Famalicão e a Académica, antes de regressar ao clube azul-e-branco, para aí permanecer até 1994. Depois, representou, sucessivamente, o Parma (1994-1996) e o Barcelona, de Espanha (1996-1998), antes de se fixar definitivamente em Itália, para vestir as camisolas da Lazio (1998-2005) e novamente do Parma (2005-2008).






Isto era futebol dos anos 90, rijo, em que o verniz estalava e o arbitro tinha de tomar conta do jogo:)

DOWN



"Não nego a necessidade objectiva do estímulo material, mas sou contrário a utilizá-lo como alavanca impulsora fundamental. Porque então ela termina por impor sua própria força às relações entre os homens." Che Guevara





Israeli Committee Against House Demolitions (ICAHD)


Sempre que se recolhe para uma noite de descanso Jeff Halter não sabe a que horas será o despertar. “Às vezes, o telefone toca às cinco da manhã. Os palestinianos sabem que nós existimos e quando vêem os bulldozers aproximarem-se das suas casas, telefonam-nos. Vamos até lá, pomo-nos à frente das máquinas ou acorrentamo-nos dentro das casas. Empatamos tempo e impedimos que aqueles bulldozers se dirijam para outras casas. Enquanto isso, chamamos jornalistas e diplomatas e transformamos a situação num espectáculo público. Como Israel quer destruir as casas sem que ninguém veja, os bulldozers retiram-se.”
É um israelita que assim fala.
Jeff Halper nasceu há 63 anos nos Estados Unidos, mas nos anos 1970, em busca da sua identidade judaica instalou-se em Israel. Em 1997, fundou o Comité Israelita Contra a Demolição de Casas (ICAHD) – um grupo apolítico, não-violento, que luta contra a ocupação israelita dos territórios palestinianos – e com esse activismo foi proposto para prémio Nobel da Paz, em 2006.
Segundo o ICAHD, desde 1967 Israel já demoliu mais de 24 mil casas nos territórios palestinianos. O problema é, todavia, bem mais antigo. "Em 1948, nem todos os palestinianos deixaram Israel", conta Jeff Halper. "Alguns desceram o vale ou foram para o monte ao lado para se esconderem. Fugiram para se esconderem dos combates (Guerra da independência, após a criação de Israel). Mas quando a guerra acabou, Israel não permitiu que regressassem às suas casas. Hoje, encurralados nos sítios onde, há 60 anos, encontraram refúgio."
Cerca de 150 mil palestinianos e beduínos vivem, hoje, nestas “aldeias não reconhecidas”, sem direito a água, electricidade, ruas ou escolas. Sobre cada casa recai uma ordem de demolição, por ilegalidade. É quando os bulldozers israelitas se aproximam que muitos palestinianos laçam o alerta a Jeff Halper.
Com um staff reduzido de 50 pessoas, cerca de 10 activistas permanentes e muitos voluntários, o ICAHD já recuperou mais de 160 casas. “Sempre que reconstruímos uma casa, reafirmamos: Esta terra pertence a dois povos e temos de viver juntos aqui!”, diz.
Jeff admite que, nas acções de resistência em que participa, o facto de ser israelita e judeu é, para ele, uma vantagem. “Sou preso a toda a hora e, às vezes, eles intimidam-me, mas não me magoam. Se fosse palestiniano disparavam. Estou completamento protegido.”


Margarida Mota in Expresso, 14 de Março de 2009

sábado, 14 de março de 2009

The Clash (1976 - 1986)

















The Clash were the definitive British punk rockers, fiery, idealistic and charged with righteousness and a leftist political ideology. From the outset The Clash were more musically adventurous than the Pistols or The Jam, expanding its hard rock & roll with reggae dub and rockabilly among other roots musics. Furthermore, they were blessed with two exceptional songwriters in Joe Strummer and Mick Jones each with a distinctive voice and style. The Clash copped heavily from classic outlaw imagery, positioning themselves as rebels with a cause. As a result, they won a passionately devoted following on both sides of the Atlantic. While they became rock & roll heroes in the UK, it took the Clash several years to break into the American. Though the Clash never became the superstars they always threatened to become, they restored passion and protest to rock & roll.
For a while, they really did seem like "the only band that mattered."

sábado, 7 de março de 2009

sexta-feira, 6 de março de 2009

Antoine de Saint-Exupéry







Foi então que apareceu a raposa.
- Olá, bom dia! - disse a raposa.
- Olá, bom dia! - respondeu delicadamente o principezinho que se voltou mas não viu ninguém.
- Estou aqui - disse a voz - debaixo da macieira.
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. - És bem bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Anda brincar comigo - pediu-lhe o principezinho. - Estou triste...
- Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. -Estou presa...
- AH! Então, desculpa! - disse o principezinho.
Mas pôs-se a pensar, a pensar, e acabou por perguntar:
- O que é que "estar preso" quer dizer?
- Vê-se logo que não és de cá - disse a raposa. - De que é que tu andas à procura?
- Ando à procura dos homens - disse o principezinho. - O que é que "estar preso" quer dizer?
- Os homens têm espingardas e passam o tempo a caçar - disse a raposa. - É uma grande maçada! E também fazem criação de galinhas! Aliás, na minha opinião, é a única coisa interessante que eles têm. Andas à procura de galinhas?
- Não - disse o principezinho. Ando à procura de amigos. O que é que "estar preso" quer dizer?
- É a única coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
- Laços?
- Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo...
- Parece-me que estou a começar a perceber - disse o principezinho. - Sabes, há uma certa flor...tenho a impressão que estou presa a ela...
- É bem possivel - disse a raposa. - Vê-se cada coisa cá na Terra...
- OH! Mas não é da Terra! - disse o principezinho.
A raposa pareceu ficar muito intrigada.
- Então, é noutro planeta?
- É.
- E nesse tal planeta há caçadores?
- Não.
- Começo a achar-lhe alguma graça...E galinhas?
- Não.
- Não há bela sem senão...- disse a raposa.
Mas a raposa voltou a insistir na sua ideia:
- Tenho uma vida terrivelmente monótona. Eu, caço galinhas e os homens, caçam-me a mim. As galinhas são todas iguais umas às outras e os homens são todos iguais uns aos outros. Por isso, às vezes, aborreço-me um bocado. Mas, se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? Eu não como pão e, por isso, o trigo não me serve de nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar de nada. E é uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando eu estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo...
A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.
- Por favor...Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- Só conhecemos as coisas que prendemos a nós - disse a raposa. - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!
- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não me dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito...São precisos rituais.
- O que é um ritual? - perguntou o principezinho.
- Também é uma coisa de que toda a gente se esqueceu - respondeu a raposa. - É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias e uma hora, diferente das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, têm um ritual, à quinta-feira, vão ao baile com as raparigas da aldeia. Assim, a quinta-feira é um dia maravilhoso. Eu posso ir passear para as vinhas. Se os caçadores fossem ao baile num dia qualquer, os dias eram todos iguais uns aos outros e eu nunca tinha férias.
Foi assim que o principezinho prendeu a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! - exclamou a raposa - ai que me vou pôr a chorar...
- A culpa é tua - disse o principezinho.- Eu bem não queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te prendesse a mim...
- Pois quis - disse a raposa.
- Mas agora vais-te pôr a chorar! - disse o principezinho.
- Pois vou - disse a raposa.
- Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! - disse a raposa. - Por causa da cor do trigo...
Depois acrescentou:
- Anda, vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo. Quando vieres ter comigo, dou-te um presente de despedida: conto-te um segredo.
O principezinho lá foi ver as rosas outra vez.
- Vocês não são nada parecidas com a minha rosa! Vocês ainda não são nada - disse-lhes ele. - Não há ninguém preso a vocês e vocês não estão presas a ninguém. Vocês são como a minha raposa era. Era uma raposa perfeitamente igual a outras cem mil raposas. Mas eu tornei-a minha amiga e, agora, ela é única no mundo.
E as rosas ficaram bastante incomodadas.
- Vocês são bonitas, mas vazias - ainda lhes disse o principezinho. - Não se pode morrer por vocês. Claro que, para um transeunte qualquer, a minha rosa é perfeitamente igual a vocês. Mas, sózinha, vale mais do que vocês todas juntas, porque foi a que eu reguei. Porque foi a ela que eu pus debaixo de uma redoma. Porque foi ela que eu abriguei com o biombo.. Porque foi a ela que eu matei as lagartas (menos duas ou três, por causa das borboletas). Porque foi a ela que eu vi queixar-se, gabar-se e até, às vezes, calar-se. Porque ela é a minha rosa.
E então voltou para o pé da raposa e disse:
- Adeus...
- Adeus - disse a raposa. Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
- O essencial é invisível para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com aminha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. - Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa...
- Sou responsável pela minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.

Calm Like a Bomb

Não. Não é o rio Cabul aquele que nasce nas montanhas de Sanglakh no Afeganistão, na separação da linha divisória de águas do Helmand pelo Passo de Unai.

São trabalhos de alargamento do leito do rio Douro, a jusante da Barragem de Bemposta, com recurso ao uso de explosivos, emulex 711, numa extensão de aproximadamente 1500 metros.
Não é que isto tenha grande importância mas convém frisar que, para já, não se registaram mortes de civis inocentes!

Iraque:
24 865 Civis mortos, 20% de mulheres e crianças. O que significa que, em 2 anos, morreu 1 em cada 1000 iraquianos; 37% das mortes foram causadas pelas forças da coligação invasora, 9% foram causadas por acções da resistência; 11% foram atribuídas ao fogo cruzado dos combates entre a resistência e os invasores; as restantes foram atribuídas aos “danos colaterais” das acções militares – incapacidade de tratar doentes e feridos, fome, banditismo, acidentes com armas de fogo. As crianças foram metade das vítimas dos bombardeamentos aéreos ou com mísseis teleguiados, mas constituem apenas 6% das vítimas de combates terrestres.

Afeganistão:
62 006 Civis mortos e 4.5 milhões de refugiados.

"How many roads must a man walk down before you call him a man?Yes, how many seas must a white dove sail before she sleeps in the sand? Yes, how many times must the cannon balls fly before they're forever banned? The answer, my friend, is blowin' in the wind. How many times must a man look up before he can see the sky? Yes, how many ears must one man have before he can hear people cry? Yes, how many deaths will it take till he knows.That too many people have died?"

Bob Dylan

quinta-feira, 5 de março de 2009



"I ain't got no home, ain't got no shoes. Ain't got no money. Ain't got no class. Ain't got no skirts. Ain't got no sweater.Ain't got no perfume. Ain't got no bed. Ain't got no mind. Ain't got no mother. Ain't got no culture. Ain't got no friends, aint got no school. Ain't got no love. Ain't got no name. Ain't got no ticket. Ain't got no token. Ain't got no god and what have i got? why am i alive anyway?yeah what have i got?nobody can take away?...Got my hair. Got my head. Got my brains. Got my ears. Got my eyes. Got my nose. Got my mouth. I got my smile. I got my tongue. Got my chin. Got my neck. Got my boobies. Got my heart. Got my soul. Got my back. I got my sex. I got my arms, got my hands, got my fingers,got my legs, got my feet, got my toes,got my liver, got my blood...I've got life, i've got my freedom i've got life. I've got lifeand I am gonna keep it. I've got lifeand nobody's gonna take it away
I've got life!"

Falta-te o quê?

quarta-feira, 4 de março de 2009




"And in the end, the love you take is equal to the love you make"

TRAINSPOTTING - Sem Limites

O filme relata a vida de um grupo de jovens viciados em heroína em Edimburgo na Escócia. Num subúrbio de Edimburgo, quatro jovens sem perspectivas mergulham no submundo para manter seu vício pela heroína caminhando inexoravelmente para o fim da amizade e, simultaneamente em direcção à auto-destruição. Nada se esconde desde o prazer que as drogas dão, "multiplica o teu melhor orgasmo por mil e nem assim te aproximas", até ao mundo podre e sujo que elas podem levar.
Um filme frenético, inquietante, perturbador, cómico, dramático...genial!

O filme da minha vida.

"Choose life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television, Choose washing machines, cars, compact disc players, and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol and dental insurance. Choose fixed- interest mortgage repayments. Choose a starter home. Choose your friends. Choose leisure wear and matching luggage. Choose a three piece suite on hire purchase in a range of fucking fabrics. Choose DIY and wondering who you are on a Sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing sprit- crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pishing you last in a miserable home, nothing more than an embarrassment to the selfish, fucked-up brats you have spawned to replace yourself. Choose your future. Choose life... But why would I want to do a thing like that?"

segunda-feira, 2 de março de 2009


So many people live within unhappy circumstances and yet will not take the initiative to change their situation because they are conditioned to a life of security, conformity, and conservatism, all of which may appear to give one peace of mind, but in reality nothing is more damaging to the adventurous spirit than a secure future. The very basic core of a man’s living spirit is his passion for adventure. The joy of life comes from our encounters with new experiences, and hence there is no greater joy than to have an endlessly changing horizon, for each day to have a new and different sun. If you want to get more out of your life, Ron, you must loose your inclination for monotonous security and adopt a helter – skelter style of life that will at first appear to you to be crazy. But once you become accustomed to such a life you will see its full meaning and its incredible beauty.
Chris McCandless