segunda-feira, 29 de junho de 2009

Love will not tear us apart



"As nossas opiniões não poderão sobreviver se não tivermos oportunidade de lutar por elas."
Thomas Mann (1875 - 1955)





Por tudo aquilo que aprendi contigo.Pela tua forma de pensar e estar neste mundo que tanto admiro. Pela força que tens dentro de ti e que move montanhas.Pela tua visão simples e humilde do que viver significa. Pela amizade que desde sempre foi o mais importante. Tu sabes.

I just want to say, you give me the words!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

They Don't Care About Us




Michael Jackson (1958 - 2009)

Não será descabido acreditar que Michael Joseph Jackson morreu com a suprema amargura de saber que o Mundo já não necessitava dele enquanto esteta, mas, tão-só, como ícone de um passado que se quer cristalizado.
Aliás, a exemplo do músico, os próprios fãs recusavam-se a encarar a vida pós-"Invincible" (derradeiro álbum de estúdio, de 2001) como percurso válido em termos de memórias afectivas. Seria, sempre, doloroso demais.
Sétimo de nove filhos, Michael tinha dez anos quando se deu a conhecer à música. Primeiro, nos Jackson 5; posteriormente, nos The Jacksons e, enfim - terá pensado ele, após permanentes conflitos com o pai -, em nome próprio.
A solo, a ascensão estética não conhecia o vocábulo "engulhos". Nessa perspectiva, "Off the wall" e "Thriller" são paradigmáticos. Aliás, o segundo mantém o estatuto de álbum mais vendido, com 100 milhões de exemplares espalhados pelo Mundo. Sobre os arredores, não há dados consistentes...
No entanto, algo começou a ceder. Não faltou quem se apressasse a atribuir alegados desvarios a eventuais excentricidades. Pelo menos, elas valeram-lhe uma alcunha, Wacko Jacko, cortesia do jornal britânico "The Sun".
A lista não é infindável, mas prima pela robustez. Alegações de abuso sexual sobre crianças e casamentos sem lógica aparente não são dos actos menos polémicos.
Inclusivamente, o enlace com Lisa Marie Presley - filha de outro rei, Elvis - não demorou a ser considerado mais como golpe publictário do que propriamente fruto de muito amor, carinho e devoção.
Basta atentar que a descendência do autor de "Beat it" jamais obteve da comunicação social o tratamento benigno prestado a rebentos de outros "excêntricos".
De qualquer forma, o próprio Michael Jackson também não facilitava. Criou um mundo de fantasia e alienação no rancho californiano Neverland - Peter Pan, com certeza -, propriedade em que, alegadamente, terá praticado actos de pedofilia. Após acordos extra-judiciais, não foi apenas a credibilidade do cantor que ficou abalada. As finanças também se ressentiram.
Nem sequer faltou o exílio. Muito provavelmente, dourado. Foi para o Bahrain. Onde tentou esquecer e ser esquecido. Há sempre algo mais forte.
Há poucos meses, anunciou 50 concertos em Londres, Inglaterra. Tudo em grande. Como o ego, como o alheamento...
O primeiro seria a 13 de Julho. Não chegou a ser o último. O coração resolveu de outra forma. Ajudou à lenda. Porque nunca se saberá como seria o Michael Jackson do próximo mês. Na verdade, quem foi Michael Jackson?


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Dirty Magic



Que os punks estejam zangados e sejam refilões, é o que se espera deles. Que consigam sair da toca e chegar a dezenas de milhões de pessoas fazendo oposição política é coisa que não lembra ao diabo. Foi o que Dexter Holland e Kevin Wasser fizeram, punk carregado de cólera em músicas de três minutos de eficácia e com refrões cheios de alma.
"When we were young the future was so bright
The old neighborhood was so alive
And every kid on the whole damn street
Was gonna make it big in every beat.
Chances blown, nothing's free
Longing for what used-to-be
Still it's hard, hard to see
Fragile lives, shattered dreams."


domingo, 21 de junho de 2009

Quero ser livre insincero


"A ânsia de compreender, que para tantas almas nobres substitui a de agir, pertence à esfera da sensibilidade. Substitui a Inteligência à energia, quebrar o elo entre a vontade e a emoção, despindo de interesse todos os gestos da vida material, eis o que, conseguido, vale mais que a vida, tão difícil de possuir completa, e tão triste de possuir parcial. Diziam os argonautas que navegar é preciso, mas que viver não é preciso. Argonautas, nós, da sensibilidade doentia, digamos que sentir é preciso, mas que não é preciso viver. "


Fernando Pessoa



sábado, 6 de junho de 2009

Best Portuguese Film

“Era uma vez um filho que queria ter um pai que quisesse ter um filho.”
"O filme é uma fábula de má comunicação e relações vazias, redimidas pelo sonho do único que ainda não foi corrompido. É uma história de quebras emocionais, sentimentos não desenvolvidos; em última análise o cancro ocidental contemporâneo que é a desproporção entre os valores da vida diária e o dinheiro. Para mim, mais importante que entender os mecanismos mentais por detrás de cada truque narrativo, trabalho de câmara, etc. é a capacidade de nos sentirmos invadidos e (mais ou menos) identificados com tudo. Isso provavelmente dirá algo sobre si."
Realizador: Luis Filipe Rocha
Ano: 1996
Com: José Afonso Pimentel, João Lagarto, Laura Soveral


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Reminiscência




"Não choro a perda da minha infância; choro que tudo, e nele a minha infância, se perca. É a fuga abstracta do tempo - que é meu, que me dói no cérebro físico pela recorrência repetida, involuntária, das escalas do piano lá de cima, terrivelmente anónimo e longínquo. É todo o mistério de que nada dura que martela repetidamente coisas que não chegam a ser música, mas são saudade, no fundo absurdo da minha recordação." Bernando Soares