Michael Jackson (1958 - 2009)
Não será descabido acreditar que Michael Joseph Jackson morreu com a suprema amargura de saber que o Mundo já não necessitava dele enquanto esteta, mas, tão-só, como ícone de um passado que se quer cristalizado.
Aliás, a exemplo do músico, os próprios fãs recusavam-se a encarar a vida pós-"Invincible" (derradeiro álbum de estúdio, de 2001) como percurso válido em termos de memórias afectivas. Seria, sempre, doloroso demais.
Sétimo de nove filhos, Michael tinha dez anos quando se deu a conhecer à música. Primeiro, nos Jackson 5; posteriormente, nos The Jacksons e, enfim - terá pensado ele, após permanentes conflitos com o pai -, em nome próprio.
A solo, a ascensão estética não conhecia o vocábulo "engulhos". Nessa perspectiva, "Off the wall" e "Thriller" são paradigmáticos. Aliás, o segundo mantém o estatuto de álbum mais vendido, com 100 milhões de exemplares espalhados pelo Mundo. Sobre os arredores, não há dados consistentes...
No entanto, algo começou a ceder. Não faltou quem se apressasse a atribuir alegados desvarios a eventuais excentricidades. Pelo menos, elas valeram-lhe uma alcunha, Wacko Jacko, cortesia do jornal britânico "The Sun".
A lista não é infindável, mas prima pela robustez. Alegações de abuso sexual sobre crianças e casamentos sem lógica aparente não são dos actos menos polémicos.
Inclusivamente, o enlace com Lisa Marie Presley - filha de outro rei, Elvis - não demorou a ser considerado mais como golpe publictário do que propriamente fruto de muito amor, carinho e devoção.
Basta atentar que a descendência do autor de "Beat it" jamais obteve da comunicação social o tratamento benigno prestado a rebentos de outros "excêntricos".
De qualquer forma, o próprio Michael Jackson também não facilitava. Criou um mundo de fantasia e alienação no rancho californiano Neverland - Peter Pan, com certeza -, propriedade em que, alegadamente, terá praticado actos de pedofilia. Após acordos extra-judiciais, não foi apenas a credibilidade do cantor que ficou abalada. As finanças também se ressentiram.
Nem sequer faltou o exílio. Muito provavelmente, dourado. Foi para o Bahrain. Onde tentou esquecer e ser esquecido. Há sempre algo mais forte.
Há poucos meses, anunciou 50 concertos em Londres, Inglaterra. Tudo em grande. Como o ego, como o alheamento...
O primeiro seria a 13 de Julho. Não chegou a ser o último. O coração resolveu de outra forma. Ajudou à lenda. Porque nunca se saberá como seria o Michael Jackson do próximo mês. Na verdade, quem foi Michael Jackson?
Aliás, a exemplo do músico, os próprios fãs recusavam-se a encarar a vida pós-"Invincible" (derradeiro álbum de estúdio, de 2001) como percurso válido em termos de memórias afectivas. Seria, sempre, doloroso demais.
Sétimo de nove filhos, Michael tinha dez anos quando se deu a conhecer à música. Primeiro, nos Jackson 5; posteriormente, nos The Jacksons e, enfim - terá pensado ele, após permanentes conflitos com o pai -, em nome próprio.
A solo, a ascensão estética não conhecia o vocábulo "engulhos". Nessa perspectiva, "Off the wall" e "Thriller" são paradigmáticos. Aliás, o segundo mantém o estatuto de álbum mais vendido, com 100 milhões de exemplares espalhados pelo Mundo. Sobre os arredores, não há dados consistentes...
No entanto, algo começou a ceder. Não faltou quem se apressasse a atribuir alegados desvarios a eventuais excentricidades. Pelo menos, elas valeram-lhe uma alcunha, Wacko Jacko, cortesia do jornal britânico "The Sun".
A lista não é infindável, mas prima pela robustez. Alegações de abuso sexual sobre crianças e casamentos sem lógica aparente não são dos actos menos polémicos.
Inclusivamente, o enlace com Lisa Marie Presley - filha de outro rei, Elvis - não demorou a ser considerado mais como golpe publictário do que propriamente fruto de muito amor, carinho e devoção.
Basta atentar que a descendência do autor de "Beat it" jamais obteve da comunicação social o tratamento benigno prestado a rebentos de outros "excêntricos".
De qualquer forma, o próprio Michael Jackson também não facilitava. Criou um mundo de fantasia e alienação no rancho californiano Neverland - Peter Pan, com certeza -, propriedade em que, alegadamente, terá praticado actos de pedofilia. Após acordos extra-judiciais, não foi apenas a credibilidade do cantor que ficou abalada. As finanças também se ressentiram.
Nem sequer faltou o exílio. Muito provavelmente, dourado. Foi para o Bahrain. Onde tentou esquecer e ser esquecido. Há sempre algo mais forte.
Há poucos meses, anunciou 50 concertos em Londres, Inglaterra. Tudo em grande. Como o ego, como o alheamento...
O primeiro seria a 13 de Julho. Não chegou a ser o último. O coração resolveu de outra forma. Ajudou à lenda. Porque nunca se saberá como seria o Michael Jackson do próximo mês. Na verdade, quem foi Michael Jackson?
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