É simples e é fácil de contar. Também de se apreender. Vergílio Ferreira, no seu romance Nítido Nulo, publicado em 1971, lançou o repto, olhando para a paisagem do lado de fora da janela, empurrando-nos à liberdade do fazer,
"porque o que importa é o fazer e não o que se faz. O que se faz serve só para justificar o fazer e assim tanto importa que se faça como não". Imagino, noutra janela, amplamente aberta, Mário Cesariny, de olhos fechados, fumando nem muito nem pouco mas sempre, preencher o retrato final, lendo solenemente, "
afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício/ e cair verticalmente no vício". Depois, em todo o caso, imagino tudo o resto: o que cresce inconscientemente em nós.
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