domingo, 6 de setembro de 2009

O gaijo da 'Friday I'm in Love'


«Quando eu tinha cinco anos, a minha irmã punha-se a ouvir o Help!, dos Beatles, e eu sentava-me nas escadas a ouvir, do lado de fora da porta. Aquilo fez-me perceber que havia um outro mundo, além daquele que me rodeava de forma imediata. As melodias daquelas músicas são tão fantásticas, e a imaginação que elas demonstram é surreal. É tão perfeito que me dá vontade de chorar. Oiço Help! e fico cheio de esperança de que o mundo possa ser um sítio melhor»
Robert Smith




O que me lembro do alvorecer dos Cure no panorama musical internacional sofre desde já de alguma bruma da memória. Desde os primeiros e delirantes singles da banda que me interessei por divulgar o mais possível, através do programa Som da Frente, o som dos Cure. O seu som era tremedamente novo, descomplexado e apontava caminhos novos para a pop/rock, tanto no que diz respeito à invenção musical, como pelo intrincado dos códigos de conduta nada conformistas, que utilizavam a projecção visual como um dos elementos fulcrais de um grupo em que o talento era mais que suficiente para lhes garantir um mega stardom.
Robert Smith tornou-se exactamente naquilo que afinal pretendia, tomando o seu lugar na nova iconografia pós-punk, trabalhando a imagem, o desacerto comportamental e o choque no quotidiano. A sua passagem pelos Banshees, de Siouxsie Sioux também ajudou a que fosse considerado como um grande instrumentista, estatuto de que era constatemente apeado pelos media ingleses.

António Sérgio



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